sábado, 20 de abril de 2013

O lado oculto e esotérico das músicas de Raul Seixas (por Laércio Fonseca)

A proposta dessa palestra foi apresentar as músicas de Raul Seixas com letras que possuam uma grande mensagem esotérica. O professor Laércio Fonseca interpretou essas músicas (violão, voz e banda) e ao mesmo tempo faz comentários sobre cada letra para esclarecer com profundidade o conteúdo esotérico e espiritual delas.


sábado, 13 de abril de 2013

HÁ OUTROS SERES INTELIGENTES NO COSMO? (por Erich von Däniken)

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De acordo com os astrônomos, umas 4.000 estrelas podem ser percebidas à vista desarmada, numa noite serena. Já a luneta de modesto observatório astronômico traz quase dois milhões delas ao alcance da visão, enquanto moderno telescópio de espelho refletor aproxima a luz de bilhões de sóis - miríades de pontos de luz na Via Láctea. Mas, nas dimensões ilimitadas do Cosmo, esse nosso conjunto de estrelas é parte insignificante de um sistema estelar incomparavelmente maior um conglomerado de vias-lácteas, poder se ia dizer contendo cerca de vinte galáxias dentro de um raio de 1,5 milhão de anos luz (um ano luz é igual à distância que a luz percorre em um ano, isto é, 300.000 x 60 x 60 x 24 x 365 quilômetros, ou sejam, nove e meio trilhões de quilômetros, aproximadamente).

Embora vastíssimo, esse número de estrelas é ainda muito pequeno, em comparação com o que contém muitos milhares de galáxias espiraladas que o telescópio eletrônico revelou. Isto é apenas o que se descobriu até agora, devo ressaltar, porque as pesquisas nesse campo mal começaram.

O astrônomo Harlow Shapley calcula que há cerca de 1020 estrelas ao alcance de nossos atuais telescópios (numeral 1 seguido de 20 zeros isto é, 100 quintilhões de estrelas). Quando Shapley atribui sistema planetário a apenas uma, em cada grupo de mil estrelas, temos de admitir que estabelece proporção muito cautelosa. Se continuarmos a especular com base nessas estimativas, imaginando a existência de condições indispensáveis à vida numa só estrela em cada mil que centralizarem sistemas planetários, ainda encontraremos uma cifra fantástica 1014. Pergunta Shapley: Quantos corpos celestes, nesse número astronômico, possuirão atmosfera apropriada à vida? Um em mil? Isso ainda nos garantiria o número incrível de 1011 astros portadores dos requisitos necessários à vida. Embora se conjeture que a vida se produziu num só desses astros em cada milhar, ainda assim restam cem milhões de planetas em que podemos admitir a existência de seres vivos. Esses cálculos se baseiam na aparelhagem e técnicas hoje disponíveis, mas não devemos esquecer que tais meios de pesquisa estão sendo constantemente aperfeiçoados.

De acordo com hipótese do bioquímico Dr. S. Muler, os processos biológicos e as condições que lhes são indispensáveis possivelmente se desenvolveram mais rapidamente em alguns daqueles planetas do que na Terra. Se aceitarmos essa audaciosa idéia, civilizações mais avançadas que a nossa podem ter evoluído em 100.000 planetas.

O Professor Dr. Willy Ley, conhecido vulgarizador de conhecimentos científicos e amigo de Wernher von Braun, disse me em Nova York:

"O número aproximado de estrelas, somente em nossa Via Láctea, sobe a trinta bilhões. A suposição de que nossa galáxia contém, pelo menos, dezoito bilhões de sistemas planetários, é admitida pelos astrônomos da atualidade. Se tentarmos reduzir essas cifras, tanto quanto possível, e imaginarmos que as distâncias no interior de sistemas planetários são reguladas de tal modo que somente num caso entre cem existe planeta em órbita na "ecosfera" de seu próprio sol, tudo isso ainda deixará 180 milhões de planetas capazes de manter a vida. Se, em prosseguimento, supusermos que, entre Os planetas assim capacitados, somente num deles, em cada centena, o potencial vitalizante haja sido aproveitado, ainda teremos 1.800.000 planetas com seres vivos. Admitamos, para concluir, que num só planeta, entre cem com seres vivos, existam criaturas com grau de inteligência semelhante ao do Homo sapiens. Pois esta última conjetura ainda garante para nossa Via Láctea o enorme número de 18.000 planetas com vida inteligente semelhante à nossa."

Considerando se que as mais recentes computações evidenciam a existência de 100 bilhões de estrelas fixas em nossa Via Láctea, a lei da probabilidade nos aponta cifras muito mais altas que as usadas pelo Professor Ley em seu cauteloso cálculo.

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Deixando de lado números fantásticos e galáxias mal conhecidas, podemos concluir que há 18.000 planetas relativamente próximos de nós que oferecem condições necessárias à vida, similares às que existem na Terra. Entretanto, poderíamos ir à frente em nossas especulações e imaginar que apenas um por cento daqueles planetas seja efetivamente habitado. Ainda haveria 180 deles! Já não há dúvida sobre a existência de planetas muito assemelhados à Terra, quer quanto à gravidade e composição atmosférica, quer quanto à flora e, possivelmente, até a fauna. Mas, será essencial que os planetas devam ter condições semelhantes às da Terra para que neles exista vida?

A idéia de que a vida só pode florescer sob as condições terrestres foi invalidada pela pesquisa. É erro acreditar que a vida não pode existir sem água e sem oxigênio. Até mesmo na própria Terra há formas viventes que não precisam de oxigênio: são as bactérias anaeróbias. Pequena porção de oxigênio já é mortal para elas. Então, por que não haveria mais altas formas de vida num ambiente sem oxigênio?

Pressionados pelos conhecimentos novos que surgem a cada dia, teremos de atualizar a imagem mental que formamos do mundo. A investigação científica, até recentemente concentrada apenas na Terra, promoveu nosso próprio mundo à categoria de planeta ideal. Não é demasiadamente quente, nem exageradamente frio; contém água em abundância; dispõe de ilimitada quantidade de oxigênio; Os processos orgânicos rejuvenescem a natureza constantemente.

Mas, em realidade, é absolutamente insustentável a suposição de que a vida só possa existir e desenvolver se em planeta similar ao nosso. Calcula se que vivem na Terra 2.000.000 de espécies diferentes de seres vivos. Desse conjunto - e aqui se trata, novamente, de estimativa - são "conhecidas" cientificamente 1.200.000 espécies. E entre essas formas de vida, que a ciência conhece, há milhares que deveriam ser incapazes de viver, de acordo com os ensinamentos que atualmente ainda prevalecem! As premissas de que partimos para estabelecer condições mínimas de vida têm de ser revistas e novamente testadas.

Por exemplo: poder-se-ia pensar que a água altamente radioativa é sempre isenta de germes. Mas, na realidade, há certas espécies de bactérias que se adaptam à água letal que circula pelos reatores nucleares. Uma experiência realizada pelo Dr. Siegel chega às raias da fantasmagoria. Reproduziu ele, em seu laboratório, as condições atmosféricas de Júpiter e cultivou bactérias, como também minúsculos acarinos, na mencionada atmosfera, que não possui um só dos requisitos que até agora enumeramos como indispensáveis à vida. Amônia, metano e hidrogênio não exterminaram aqueles seres vivos. As experiências de Hinton e Blum, entomologistas da Universidade de Bristol, também alcançaram resultados surpreendentes. Os dois cientistas desidrataram uma espécie de pequeninos mosquitos à temperatura de 100° C. Logo após, imergiram seus diminutos "cobaios" em hélio líquido que, como se sabe, é tão frio como o espaço. Depois de os submeter a poderosa radiação, fizeram nos retornar às suas condições normais de vida. Os ditos insetos nada perderam de suas funções biológicas e produziram mosquitinhos perfeitamente "sadios". Estamos igualmente informados sobre bactérias que vivem em vulcões, assim como sobre outras que se alimentam de pedra ou produzem ferro. A floresta de pontos de interrogação continua, pois, a crescer cada vez mais.

Há experiências em andamento nos laboratórios de muitos centros de pesquisa. Continuam a acumular se novas provas de que a vida de maneira alguma se condiciona aos requisitos anteriormente fixados. Julgou se, durante séculos, que o Universo inteiro estivesse sujeito às mesmas leis e condições que prevalecem na Terra. Tal convicção destorceu e turvou nossa forma de ver as coisas; colocou antolhos nos investigadores científicos que, sem hesitação, adotaram nossos moldes e sistemas de pensamento para contemplar o espaço exterior. Teilhard de Chardin, o pensador que marcou sua época, sugeriu que somente o fantástico tem a possibilidade de ser real no Cosmo!

Se nossa maneira de pensar fosse aplicada em direção inversa - isto é, considerando as coisas da Terra como vistas de muito longe no espaço - seres inteligentes, nascidos noutro planeta, julgariam indispensáveis à vida as condições prevalecentes no planeta deles. Se vivessem a uma temperatura de 150 a 200º C abaixo de zero, pensariam que tais temperaturas, incompatíveis com o tipo de vida que conhecemos, são indispensáveis à vida noutros planetas. Isto corresponderia aos processos lógicos com que temos tentado eliminar as trevas do passado. Se quisermos manter nosso respeito próprio, deveremos ser racionais e objetivos. Em todas as épocas, as teorias audaciosas sempre pareceram visionárias. Mas, quantas fantasias já se tornaram, há tanto tempo, realidades comuns da rotina diária! Por certo, os exemplos dados aqui visam a evidenciar as mais remotas possibilidades. Entretanto, quando fatos aparentemente improváveis, que nem podemos imaginar hoje, forem demonstrados como o serão em toda a sua veracidade de coisa realmente acontecida, as barreiras desmoronarão, permitindo livre acesso às "impossibilidades" que o Cosmo ainda esconde. As gerações futuras encontrarão no Universo formas de vida jamais sonhadas. Não existiremos nessa época, para testemunhá-lo, mas nossos descendentes terão de aceitar o fato de não serem as únicas - e, certamente, nem mesmo as mais antigas - inteligências no espaço cósmico.



Calcula-se que a idade do Universo situa se entre oito e doze bilhões de anos. Os meteoritos mostram traços de matéria Orgânica, quando observados ao microscópio. Bactérias com milhões de anos de idade despertam novamente para a vida. Espórulos flutuantes são impelidos pela luz de um sol qualquer para as profundezas do espaço, e chega um tempo em que são capturados pela força gravitacional de algum planeta. Vidas novas vêm se desenvolvendo assim, num ciclo perpétuo de criação, há muitos milhões de anos. Cuidadosos e repetidos exames de toda espécie de rochas, recolhidas nas diferentes partes do globo, provam que a crosta terrestre formou se há cerca de 4.000 milhões de anos. Sim, e tudo quanto a ciência sabe é que algo semelhante ao homem já existia há um milhão de anos! Desse gigantesco rio do tempo, ela só conseguiu represar um insignificante arroio de 7.000 anos de história humana, à custa de muita canseira, muita aventura e elevada dose de curiosidade. Mas, que são 7.000 anos de história humana, comparados com milhares de milhões de anos da história do Universo?

Nós - os modelos da criação? - levamos 400.000 anos para atingir nosso atual estágio biológico e nosso presente nível mental. Quem pode apresentar prova concreta de que outro planeta não poderia proporcionar condições favoráveis para mais rápido desenvolvimento de inteligências similares ou distintas da nossa? Existe alguma razão em virtude da qual não possa haver "competidores" noutro planeta, que sejam iguais ou superiores a nós? Temos alguma base para eliminar essa possibilidade? Entretanto, isso é o que temos feito até hoje.

Quantas vezes têm desmoronado os pilares de nossa sabedoria! Centenas e centenas de gerações acreditaram piamente que a Terra era plana. A firme convicção de que o Sol girava ao redor da Terra manteve-se inabalável durante milhares de anos. Estamos ainda seguros de que a Terra é o centro de tudo, apesar de Ter sido provado que nosso planeta é um apagado corpo celeste de pequenas dimensões, que vagueia a 30.000 anos luz de distância do centro da Via Láctea.

Chegou o tempo de admitirmos nossa insignificância, descobrindo o infinito no Cosmo inexplorado. Só então teremos consciência de que não passamos de minúsculas formigas no vasto complexo do Universo. Mas, sem que pese tudo isso, nosso futuro e nossas possibilidades estão nas profundezas do espaço, lá... onde os deuses disseram que estariam!

Somente após ter visualizado o que nos reserva o futuro disporemos de força e determinação suficientes para investigar o passado de maneira honesta e imparcial.

(trecho da obra de Erich von Däniken, Eram os deuses astronautas? Enigmas indecifrados do passado. tradução E.G. Kalmus. 2.ed. São Paulo: Círculo do Livro, 1974.)

EM BUSCA DO PARAÍSO (por Zecharia Sitchin)



Contam as antigas escrituras que houve uma época em que a imortalidade estava ao alcance da humanidade. Era uma idade de ouro, o homem vivia com seu Criador no Jardim do Éden, cuidava do pomar e Deus passeava, gozando a brisa vespertina. "Iahweh Deus fez crescer do solo toda espécie de árvores formosas de ver e boas de comer, e a Árvore da Vida no meio do jardim e a Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal. Um rio saía do Éden para regar o jardim e de lá se dividia formando quatro braços. O primeiro chama-se Fison (...); o segundo rio chama-se Geon (...); o terceiro rio chama-se Tigre (...); o quarto rio é o Eufrates.”
Jardim do Éden
Adão e Eva tinham permissão para comer os frutos de todas as árvores, com exceção do fruto da Árvore do Conhecimento. Quando desobedeceram à ordem (tentados pela serpente), Deus ficou preocupado com o assunto da imortalidade:
Depois disse Iahweh Deus:
Se o homem já é como um de nós,
Versado no bem e no mal,
Que agora ele não estenda a mão
E colha também da Árvore da Vida,
E coma e viva para sempre!”
E Iahweh Deus o expulsou do Jardim do Éden
Para cultivar o solo de onde fora tirado.
Ele baniu o homem e colocou,
Diante do Jardim do Éden,
Os querubins e a chama da espada flamejante,
Para guardar o caminho da Árvore da Vida.
Assim, o homem foi expulso do lugar onde a vida eterna esperava por ele. E, embora banido, jamais cessou de recordar, ansiar e tentar atingir a imortalidade.
Desde a expulsão do paraíso, os heróis têm ido aos Confins da Terra em busca da imortalidade. A alguns escolhidos foi dado encontrá-la; gente simples afirmou ter chegado a ela por acaso.
No decorrer dos tempos, a procura do paraíso foi algo que sempre dizia respeito a cada indivíduo. Entretanto, nos meados deste milênio, essa busca tornou-se uma empreitada oficial de poderosos reinos.
Segundo nos levaram a acreditar, o Novo Mundo foi descoberto quando os exploradores procuravam uma rota marítima para a Índia em busca de riquezas. Isso é verdade, mas apenas em parte, pois o que Fernando e Isabel, os reis da Espanha, mais desejavam era encontrar a Fonte da Eterna Juventude, uma fonte de poderes mágicos cujas águas rejuvenesciam os velhos e mantinham as pessoas eternamente jovens, porque brotava de um poço do paraíso.
Nem bem Colombo e seus homens desembarcaram no que pensavam ser as ilhas da Índia (as "Índias Ocidentais"), eles passaram a combinar a exploração das novas terras com a busca pela lendária fonte cujas águas "tornavam os velhos novamente jovens". Os espanhóis interrogaram, sob tortura, os "índios" capturados para que revelassem a localização secreta da mítica fonte.
Quem mais se destacou nessas investigações foi Ponce de León, soldado profissional e aventureiro espanhol, que saiu das fileiras para terminar como governador de parte da ilha de Hispaniola, que atualmente é o Haiti, e de Porto Rico. Em 1511, ele assistiu ao interrogatório de alguns índios aprisionados. Ao descreverem a ilha que habitavam, os nativos falaram de suas pérolas e outras riquezas, e enalteceram as maravilhosas virtudes de suas águas. Existe uma fonte, contaram, onde um ilhéu "gravemente oprimido pela velhice" foi beber. Depois disso "ele recuperou sua força varonil e praticava todos os desempenhos viris, tendo novamente tomado uma esposa e gerado filhos".
Ouvindo com crescente entusiasmo, Ponce de León, ele próprio um homem de mais de 50 anos, convenceu-se de que os índios descreviam a mítica fonte das águas rejuvenescedoras. A observação final dos nativos lhe pareceu a parte mais notável do relato, pois na corte da Espanha, bem como em toda a Europa, abundavam quadros feitos pelos maiores artistas e sempre que eles pintavam cenas de amor ou alegorias sexuais incluíam uma fonte no cenário. Talvez o mais famoso desses quadros seja O Amor Sagrado e o Amor Profano, de Ticiano. Na pintura, a fonte insinua o máximo em matéria de amor - as águas que tornavam possíveis "todos os desempenhos viris" ao longo da eterna juventude.
Tiziano - Amor sacro e Amor profano (1514) Óleo sobre tela. Galleria Borghese. Roma
O relatório de Ponce de León para o rei Fernando aparece nos registros mantidos pelo historiador oficial da corte, Pietro Martire di Anghiera. Como este afirma em seu Decade de Orbe Novo (Décadas do Novo Mundo), os índios vindos das ilhas Lucaias, ou Bahamas, revelaram que "há uma ilha onde existe uma fonte perene de água corrente de tal excelsa virtude que ingerida, quem sabe acompanhada de alguma dieta, torna os velhos novamente jovens". Muitos estudos, como a obra de Leonardo Olschki, Ponce de León's Fountain of Youth: History of a Geographical Myth (A Fonte da Juventude de Ponce de León: História de um Mito Geográfico), estabeleceram que a "Fonte da Juventude era a mais popular e característica expressão das emoções e expectativas que agitaram os conquistadores do Novo Mundo". Sem dúvida, Fernando, rei da Espanha, era um dos que esperavam ansiosamente a confirmação da notícia.
Assim, quando chegou a carta de Ponce de León, o rei não perdeu tempo. Concedeu de imediato ao aventureiro uma patente de descobrimento (com data de 23 de fevereiro de 1512), autorizando a partida de uma expedição da ilha de Hispaniola tomando rumo norte. O Almirantado recebeu ordem de auxiliar Ponce de León e dar-lhe as melhores embarcações e marinheiros, com os quais talvez descobriria sem demora a ilha de "Beininy" (Bimini). O rei deixou bem explícita uma instrução: "Depois de teres atingido a ilha e ficares sabendo o que existe nela, tu me mandarás um relatório".
Em março de 1513, Ponce de Leon partiu para o norte com a intenção de encontrar a ilha de Bimini. A desculpa pública para a expedição era "procurar ouro e outros metais", mas a verdadeira meta era encontrar a Fonte da Eterna Juventude. Os marinheiros logo desconfiaram disso quando viram não apenas uma ilha, mas centenas delas, as Bahamas. Ao ancorarem em uma após outra, os grupos de desembarque receberam instruções de procurarem não ouro, mas uma fonte incomum. Águas de riachos foram testadas e bebidas sem efeitos extraordinários aparentes. No Domingo de Páscoa - Pasca de Flores, em espanhol -, foi avistado um longo litoral e Ponce de León chamou a "ilha" de Flórida. Acompanhando a costa e desembarcando várias vezes, ele e seus homens exploraram as florestas e beberam a água de inúmeras fontes. Todavia, nenhuma delas pareceu realizar o milagre tão almejado.
Ponce de Léon na busca à fonte da eterna juventude
Contudo, o fracasso da missão não conseguiu abalar a convicção de que existia mesmo a tal fonte no Novo Mundo. Ela só precisava ser descoberta. Mais índios foram interrogados. Alguns aparentavam muito menos idade do que realmente afirmavam ter; outros repetiram lendas que confirmavam a existência da água milagrosa. Urna delas, transcrita em Creation Myths of Primitive America (Mitos da Criação da América Primitiva), de J. Curtin, diz que quando Olelbis, "aquele que está sentado no alto", estava para criar a humanidade, mandou dois emissários à Terra para construírem uma escada que ligaria o Céu e a Terra. A meio caminho, deveriam instalar um local de repouso, onde haveria uma lagoa da mais pura água potável. No topo da escada criariam duas fontes, uma para se beber e outra para banhos.
Disse Olelbis: "Quando um homem ou uma mulher envelhecer, deixem-no subir a esse cume, beber e banhar-se. Com isso, sua juventude será restaurada".
A convicção de que a fonte existia em algum lugar daquelas ilhas era tão forte que em 1514 - um ano depois da malograda expedição de Ponce de León - Pietro Martire escreveu (em sua Segunda Década) ao papa Leão X informando:
A uma distância de 325 léguas de Hispaniola, dizem, existe uma ilha chamada Boyuca, aliás Ananeo, que, segundo aqueles que exploraram seu interior, possui urna fonte extraordinária, cujas águas rejuvenescem os velhos.
Que Sua Santidade não pense que isso esteja sendo dito leviana ou irrefletidamente, pois esse fato é considerado verdadeiro na corte, e de uma maneira tão formal, que todos, mesmo aqueles cuja sabedoria ou fortuna os distinguem das pessoas comuns, o aceitam como verdade.
Ponce de León, sem se deixar desanimar, concluiu, após pesquisas adicionais, que deveria procurar uma fonte ligada a um rio, possivelmente através de um túnel subterrâneo. Então, se a fonte ficava numa ilha qualquer, seu manancial não seria um rio da Flórida?
Em 1521, a Coroa espanhola ordenou que Ponce de León fizesse urna nova expedição, desta vez centralizando as buscas na Flórida. Não existem dúvidas sobre o verdadeiro propósito dessa missão. Poucas décadas depois, o historiador espanhol Antonio de Herrera & Tordesillas afirmou em sua Historia General de Las Indias (História Geral das Índias): "Ele (Ponce de León) saiu em busca daquela fonte sagrada, tão afamada entre os índios, e do rio cujas águas rejuvenesciam os velhos". A intenção era descobrir a fonte na ilha de Bimini e o rio na Flórida, onde, segundo afirmavam os índios de Cuba e Hispaniola, "os velhos que nele se banhavam tornavam-se jovens de novo".
Em vez da juventude eterna, Ponce de León encontrou a morte ao ser atingido por uma flecha dos índios caraíbas. Assim, embora a procura individual por uma poção ou ungüento que consiga adiar o dia final talvez jamais termine, a busca organizada, sob comando real, chegou ao fim.
Teria a busca sido inútil desde o início? Fernando, Isabel, Ponce de León e todos que navegaram e morreram procurando pela Fonte da Juventude seriam apenas tolos que acreditavam em contos de fada primitivos?
Não, no entender deles. (...)
(Trecho retirado do obra de Zecharia Sitchin, O caminho para o céu: livro II das crônicas da Terra. trad. Evelyn de Massaro. Ed. Best Seller, 1980.)

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Sobre Max Weber


Maximilian Karl Emil Weber (Erfurt, 21 de Abril de 1864 — Munique, 14 de Junho de 1920) foi um intelectual alemão, jurista, economista e considerado um dos fundadores da Sociologia. Seu irmão foi o também famoso sociólogo e economista Alfred Weber. A esposa de Max Weber, Marianne Weber, biógrafa do marido, foi uma das alunas pioneiras na universidade alemã e integrava grupos feministas de seu tempo.
É considerado um dos fundadores do estudo moderno da sociologia, mas sua influência também pode ser sentida na economia, na filosofia, no direito, na ciência política e na administração. Começou sua carreira acadêmica na Universidade Humboldt, em Berlim e, posteriormente, trabalhou na Universidade de Freiburg, na Universidade de Heidelberg, na Universidade de Viena e na Universidade de Munique. Personagem influente na política alemã da época, foi consultor dos negociadores alemães no Tratado de Versalhes (1919) e da Comissão encarregada de redigir a Constituição de Weimar.
Grande parte de seu trabalho como pensador e estudioso foi reservado para o chamado processo de racionalização e desencantamento que provém da sociedade moderna e capitalista. Mas seus estudos também deram contribuição importante para a economia. Sua obra mais famosa é o ensaio A ética protestante e o espírito do capitalismo, com o qual começou suas reflexões sobre a sociologia da religião. Weber argumentou que a religião era uma das razões não-exclusivas do porque as culturas do Ocidente e do Oriente se desenvolveram de formas diversas, e salientou a importância de algumas características específicas do protestantismo ascético, que levou ao nascimento do capitalismo, a burocracia e do estado racional e legal nos países ocidentais. Em outro trabalho importante, A política como vocação, Weber definiu o Estado como “uma entidade que reivindica o monopólio do uso legítimo da força física”, uma definição que se tornou central no estudo da moderna ciência política no Ocidente.
Fonte: Centro Max Weber de Altos Estudos

domingo, 7 de abril de 2013

Em busca do silêncio



Por Rogerio Henrique Castro Rocha

Num mundo povoado de estímulos sensoriais, distrações, sons, barulhos, é cada vez mais raro às pessoas se voltarem para uma prática de imensa simplicidade, porém, esquecida pelos seres de nosso tempo: a experiência do silêncio.

Se nos perguntássemos agora o quanto de nossas vidas dedicamos à nossa interioridade, às reflexões mais íntimas, à meditação feita na paz do silêncio, a maioria certamente responderia que muito pouco ou quase nada. Mas, afinal, o que há de tão importante no silêncio? Que benefícios pode nos trazer?

Em tempos de furiosa confusão de imagens, sons e ideias, numa civilização pautada no que é novo e efêmero, o ritmo acelerado de nossas existências é preenchido com toda espécie de coisas. Algumas necessárias e quase obrigatórias, outras dispensáveis e até mesmo sem sentido.

Numa sociedade tecnologizada, fundada na objetividade, no pragmatismo e no padrão universal de comportamentos guiados por necessidades artificiais, forjadas na base de um mundo de afazeres, distrações e construtos aptos ao consumo rápido e rasteiro, a vida silenciosa da interioridade é um tema que não ocupa lugar de destaque no rol de interesses de nossa mais exacerbada mundanidade.

Pelo contrário, é seu oposto, o barulho, que verdadeiramente impera.

Os muitos sons que nos cercam dão prova disso. As vociferações radiofônico-televisivas, o palavrório sem fim das futilidades midiáticas, a massiva urgência de novos e mais estrondosos meios de se chamar a atenção (e para isso os megafones, as poderosas estruturas sonoras, etc.) povoam nossos ouvidos fragilizados.

Decibéis de ruídos citadinos são produzidos no desassossego dos ambientes das ruas, praças e centros de convívio humano. Com isso, paulatinamente, nos esquecemos de cultivar instantes de solidão positiva, de paz, de serenidade. Instantes nos quais deveríamos nos devotar ao exercício pleno do silêncio.


É na serenidade do silêncio que buscamos encontrar nossa essência, nossa verdade derradeira. É no íntimo de uma prece sem palavras, de um canto sem frases ou melodia, de um refletir sem arroubos de tagarelices que podemos fazer brotar os segredos perdidos.

As culturas ancestrais, as escolas de mistérios, as grandes filosofias do oriente, as religiões primitivas e os mestres sapienciais há muito nos ensinam a importância do calar.

Os monastérios como lugares de profundo burilar da interioridade, calcados sobretudo no silêncio dos que oram e laboram. A calma imensa dos claustros, a paz intensa dos campos, dos desertos, a nos conduzir em uma viagem de interiorização, de conhecimento reflexivo, de um intenso desvendar de saberes, ideias, visões.

Só a prática silenciosa de uma escuta atenta pode nos conectar com o universo que existe dentro e fora de nós.


A meditação silente nos treina para a profundidade dos sentidos não lidos e não expressos na linguagem ensurdecedora dos ruídos do cotidiano, que estrangulam os raros momentos de contemplação. A distração contemporânea de uma vida voltada aos barulhos nos tolhe de experimentar o gosto sereno de uma paz interior constantemente negligenciada.

Até mesmo os que oram, nestes tempos de estridência, preferem os brados ecoantes dos templos abarrotados ao sossego de uma prece muda, porém sincera, intensa, introspectiva, feita no recesso de um quarto, em consonância com as mais puras vibrações divinas.


Enfim, o ato do silêncio está na gênese de toda questão, no âmago de todo espanto, no brotar de cada descoberta.

Grandes ideias surgiram do pensamento que escutava apenas seus próprios sussurros. Os iluminados atingiram a perfeição que buscavam justo nas longas jornadas ao centro de seus íntimos temores, de suas dúvidas, seus anseios e aspirações.

O silêncio tem sempre algo a nos mostrar. Trás em si muitos ensinamentos. Equilibra, harmoniza e potencializa nossas capacidades. Energiza nosso ser. Vincula-nos a algo maior e mais sagrado.


Portanto, não nos custa nada experimentar alguns momentos de silêncio em nossas vidas. Reservar pequenos instantes para nossos próprios pensamentos. Um tempo para a viagem mais especial que podemos fazer. Um passeio que nenhum pacote turístico jamais poderá nos oferecer. Uma terapia tão eficaz e enriquecedora quanto qualquer divã de psicanálise. 

Em meio ao caos, busquemos o silêncio então.