Jean Baudrillard |
Jean Baudrillard nasceu em Reims, nordeste da França, em 27 de julho
de 1929. Segundo declarou em entrevistas, seus avós eram camponeses, e
seus pais eram funcionários públicos. Durante os seus estudos do ensino médio no Lycée Reims, ele entrou em contato com a 'patafísica' - ciência das soluções imaginárias e das leis que regulam as exceções -
(através do professor de filosofia Emmanuel Peillet), que é considerada
crucial para a compreensão do pensamento posterior de Baudrillard. Ele se tornou o primeiro de sua família a cursar uma universidade quando se mudou para Paris e ingressou na Sorbonne.
Enfrentou uma época bastante conturbada em seu país, durante a depressão da década de 1930. Sua biografia
é de difícil acesso, tanto pela inexistência de documentos sobre ele,
quanto por sua personalidade reservada, pois resguardava exageradamente
sua privacidade.
Sociólogo, poeta e fotógrafo, este personagem polêmico desenvolve uma série de teorias que remetem ao estudo dos impactos da comunicação e das mídias na sociedade e na cultura contemporâneas. Partindo do princípio de uma realidade construída (hiper-realidade), o
autor discute a estrutura do processo em que a cultura de massa produz
esta realidade virtual.
Suas teorias contradizem o discurso da "verdade absoluta" e contribuem para o questionamento da situação de dominação imposta pelos complexos e contemporâneos sistemas de signos. Os impactos do desenvolvimento da tecnologia e a abstração das representações dos discursos são outros fenômenos que servem de objeto para os seus estudos. Sua postura profética e apocalíptica
é fundamentada através de teorias irônicas que têm como objetivo o
desenvolvimento de hipóteses e polêmicas sobre questões atuais e que
refletem sobre a definição do papel que o homem ocupa neste ambiente.
Para Baudrillard, o sistema tecnológico
desenvolvido deve estar inserido num plano capaz de suportar esta
expansão contínua. Ressalta que as redes geram uma quantidade de informações que ultrapassam limites a ponto de influenciar na definição da massa crítica.
Todo o ambiente está contaminado pela intoxicação midiática que
sustenta este sistema. A dependência deste “feudalismo tecnológico”
faz-se necessária para que a relação com dinheiro, os produtos e as
ideias se estabeleça de forma plena. Esta é a servidão voluntária
resultante de um sistema que se movimenta num processo espiral contínuo
de auto-sustentação.
A interatividade permite a integração de elementos que antes se
encontravam separados. Este fenômeno cria distúrbios na percepção da
distância e na definição de um juízo de valor. As partes envolvidas
encontram-se tão ligadas que inibem a representação das diferenças
transmitida por elas. A máquina representa o homem que se torna um
elemento virtual deste sistema. As representações são simuladas num
ambiente de redes que fornecem uma ilusão de informações e descobertas.
Tudo é previamente estabelecido: “O sistema gira deste modo, sem fim e
sem finalidade”, diz o autor.
Devido à sociedade tecnocrática e ao poder
dominador dos meios de comunicação, a vida humana acaba se tornando uma
"realidade virtual".
Como poeta e fotógrafo, desenvolveu, em paralelo ao seu trabalho teórico, intensa atividade artística, com inúmeras exposições pela França e pelo mundo.
Baudrillard consolidou a fama em 1991, com a provocação de que a Guerra do Golfo "não ocorreu", argumentando que nenhum lado poderia cantar vitória e que o conflito não alterou nada no Iraque . Dez anos depois, no ensaio "O Espírito do Terrorismo", voltou a causar controvérsia, ao descrever os ataques de 11 de Setembro de 2001 nos E.U.A. como expressão da "globalização triunfante combatendo a si mesma". Sobre o episódio, escreveu no ano seguinte Réquiem para as Torres Gémeas.
A imagem fotográfica afasta ou atrai a população da realidade? A questão foi levantada por Baudrillard em São Paulo, em 2000, num seminário sobre imagem e violência.
Baudrillard foi uma fonte de inspiração os irmãos Wachowski na trilogia de Matrix. O personagem hacker Neo (Keanu Reeves), guardava seus programas de paraísos artificiais no fundo falso do livro Simulacros e simulação, de Baudrillard. O filósofo dizia não gostar do filme, considerando Matrix
como uma leitura ingênua da relação entre ilusão e realidade. "Os
diretores se basearam em meu livro mas não o entenderam", disse o
filósofo certa vez.
Fonte: Wikipédia
Faleceu em 2007, aos 77 anos de idade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário